O bom treinador é aquele que sabe salientar a qualidade do atleta, sobretudo, sabe encaminhá-lo para a superação dos seus limites. Assim, não é possível falar de crescimento humano se antes não falarmos de reconhecimento dos nossos limites. O primeiro passo é reconhecer onde nós precisamos melhorar.
Lamentavelmente, as pessoas não estão preparadas para nos educar para a coragem. Muitas vezes, os incentivos que nos são dados estão mais voltados para esquecermos as nossas fragilidades. Não estamos preparados para encarar a fragilidade. Parece que a nossa educação está sempre voltada para nos revestir de uma coragem que nos faz esquecer o limite. E quando mostramos as nossas fragilidades, há uma série de repreensões.
Não seja frágil
Nós, humanos, temos uma dificuldade imensa de lidar com a fragilidade do outro ainda que seja nosso filho. Nós gostamos é de todo mundo feliz. Você já reparou que nós não deixamos a criança chorar? Já reparou que, quando o recém-nascido chora, nós fazemos de tudo para calar a boca dele?
Estamos em processo de feitura. Não estamos prontos. Não somos perfeitos, estamos por ser feitos. Estamos sendo feitos aos poucos. E no processo de sermos feitos aos poucos, vamos descobrindo onde é que dói o espinho da nossa limitação.
Quanto mais uma pessoa está aperfeiçoada no processo de ser gente, tanto maior é a facilidade dela de conhecer limites. Ter coragem é descobrir onde está a nossa fragilidade e, ali, trabalhar com maior empenho. E aí é que entra a grande contribuição do Cristianismo, numa proposta antropológica. Deus não quer que sejamos anjinhos na Terra, mas permitamos que Ele nos mostre onde estão nossos limites, para que lutemos.
Seja seguro de si
Cara feia e arrogância, isso é complexo de inferioridade; e por trás disso, oculta-se a insegurança. A pior ignorância é aquela que finge que sabe! Temos medo de mostrar que não aprendemos. Quantas vezes, na nossa vida, por medo, perdemos a oportunidade de aprender! Às vezes, por medo de expor a nossa fragilidade, perdemos o direito de chorar. Muitas vezes, choramos e não sabemos por que estamos chorando.
O ensinamento de Jesus é sempre o avesso do avesso. Quer ser santo? Assuma que você é fraco. Muitas vezes, nesse processo de nos conhecer, nós sangramos. E nós precisamos sangrar. Quantas vezes já nos vimos traduzidos em uma canção de alguém, que teve a coragem de “sangrar” e não teve medo de mostrar as próprias fragilidades? Para quantas pessoas você teve a coragem de “sangrar” e se mostrar? As pessoas que o enxergam por dentro são raras.
Admita o medo, mas aprenda a vencê-lo
Nós somos todos iguais. Nós padres somos todos iguais. Não adianta fingirmos que somos fortes ou ficarmos fingindo que não sentimos nada e não temos medo. É muito melhor admitirmos que temos medo.
Conversão é isso. É você educar o seu filho para ele poder lhe contar onde estão os “espinhos” na vida dele. O espinho não é o defeito, mas a seta que nos mostra onde temos de trabalhar para ser melhores. O que vai sobrar de nós é a nossa vontade de amar. É preciso reconhecer-se frágil.
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