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Quarta-feira, 04 de Dezembro de 2024

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O Deus que procuramos

Agarramos a placa que apontava para o destino pensando que ela era o destino.

O Deus que procuramos
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O Deus que procuramos é um Deus que pode ser encontrado, mas não do nosso jeito: tem que ser do jeito Dele.

Toda vez que dissermos que achamos Deus e o encontramos do nosso jeito, corremos o risco de ter encontrado o sinal e confundido as coisas.

Agarramos a placa que apontava para o destino pensando que ela era o destino. Fizemos como o bêbado que se agarrou à placa que dizia Belo Horizonte achando que tinha chegado…

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Há religiosos que se comportam como aquele bêbado.

Aquela língua de fogo na cabeça dos apóstolos não era o Espírito Santo: era um sinal que Ele dava. Aquela pomba que pairou sobre Jesus no dia do seu batismo, não era o Espírito Santo: era um sinal do Espírito Santo de Deus.

Aquele vento forte que soprou no cenáculo não era o Espírito Santo: era sinal do Espírito Santo. As pessoas têm a tendência de confundir a imagem da pessoa com a pessoa.

Os primitivos confundiam a foto da pessoa com a alma da pessoa. Muita gente, hoje, confunde as manifestações de Deus com o próprio Deus, mas são apenas manifestações. São sinais que Deus envia.
É claro que aqueles sinais nascem Dele, mas aqueles sinais não é Ele.

Da mesma forma que eu não sou a palavra que pronuncio, nem a pintura que pinto, nem a canção que canto: eu sou mais do que tudo isso. As pessoas que não param para refletir são capazes de confundir alhos com bugalhos. Receberam um sinal de Deus e dizem que receberam Deus. Viram um sinal que não entenderam e que poderia ser de Deus e dizem que viram Deus. A sarça ardente que Moisés viu não era Deus. Era só sinal.

É por isso que no mundo existem muito mais visões do que aparições. Vê-se muito mais do que aquilo que realmente aconteceu. A mente humana é muito criativa. É capaz até de criar o que ela gostaria que existisse. Por isso pode criar uma Nossa Senhora que realmente não apareceu, um santo que realmente não lhe disse nada, ou o próprio Deus que realmente não se manifestou. Não confundamos os sinais que estamos procurando, com aquele que estamos vendo.

Mas já é grande coisa sabermos distinguir os sinais. Eles, ao menos mostram que estamos no caminho certo. Se não nos comportarmos como bêbados, eles são úteis.

O bêbado vai achar que chegou, só porque achou a placa ou a seta… Procuremos, mas procuremos direito…

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Pe. Zezinho,scj

Publicado por:

Pe. Zezinho,scj

Um dos sacerdotes mais amados do Brasil. Cantor, compositor, escritor e comunicador.

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